
São Paulo x Newell's Old Boys: Final da Libertadores 1992
Copa Libertadores da América
Data da Conquista: 17/06/1992
Destaques: O grande destaque da decisão foi Raí, autor do gol no tempo normal e uma das lideranças técnicas e emocionais daquela equipe histórica. Além dele, Zetti se destacou como herói nos pênaltis, coroando uma campanha memorável.
Na noite de 17 de junho de 1992, foi disputada a grande final da Copa Libertadores daquele ano, entre São Paulo e Newell’s Old Boys, no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Esta edição entrou para a história não apenas por ser a primeira conquista continental do Tricolor Paulista, mas também pela intensidade dos jogos e pela enorme pressão que cercava a decisão.
A campanha levou até a final duas das equipes mais consistentes daquela temporada. De um lado, o São Paulo, comandado por Telê Santana, apresentava um futebol técnico, organizado e ofensivo. Do outro, o Newell’s Old Boys, da Argentina, trazia uma equipe aguerrida, que se destacava pela marcação forte e pela tradicional garra argentina.
O primeiro jogo da final foi disputado no dia 10 de junho de 1992, no Estádio Estádio Marcelo Bielsa (Parque Independência), em Rosário. Em uma partida muito “pegada”, com poucas chances claras, o time argentino aproveitou um pênalti no segundo tempo, convertido por Berizzo, e venceu por 1 a 0, levando a vantagem para o jogo de volta no Brasil.
No segundo confronto, diante de mais de 100 mil torcedores no Morumbi, o São Paulo foi para cima desde o início. Mostrando sua força ofensiva, o Tricolor abriu o placar logo aos 32 minutos do primeiro tempo, com Raí, que aproveitou um cruzamento e cabeceou firme, sem chances para o goleiro Scoponi.
Mesmo precisando de apenas mais um gol para evitar os pênaltis, o time são-paulino seguiu pressionando, mas encontrou muita resistência na defesa argentina, que conseguiu segurar o resultado até o fim do tempo regulamentar. Como o regulamento da Libertadores não previa saldo de gols na final, a vitória simples do São Paulo levou a decisão para a disputa de pênaltis.
Nas cobranças, o Tricolor mostrou nervos de aço. Foram cinco pênaltis convertidos de forma impecável por Cafu, Vítor, Raí, Ivan e Pintado. Pelo lado argentino, apenas duas cobranças foram convertidas. O goleiro Zetti brilhou, defendendo uma cobrança e contando com outra que foi para fora, garantindo o placar de 5 a 3 nas penalidades e, assim, o primeiro título da Libertadores da história do São Paulo.
O grande destaque da decisão foi Raí, autor do gol no tempo normal e uma das lideranças técnicas e emocionais daquela equipe histórica. Além dele, Zetti se destacou como herói nos pênaltis, coroando uma campanha memorável.
A final da Libertadores de 1992 ficou marcada como o início da era mais vitoriosa da história do São Paulo, que, a partir dali, se consolidaria como uma potência mundial no futebol.
Tive o privilégio de assistir essa partida nas arquibancadas do Morumbi. Tinha 20 anos na época e ainda cursava Comunicação Social na FIAM, uma faculdade pertinho do estádio.
Lembro-me das altas filas para comprar ingresso, do clima tenso porém otimista do Cícero Pompeu de Toledo e do timaço que tínhamos, capitaneado por Raí.
Tinha um ódio pessoal pelo zagueiro Gamboa, argentino tinhoso e catimbeiro da equipe de Rosario. O goleiro também era insuportável.
Festejamos muito na Paulista, antigo local de comemorações dos torcedores paulistas.
Aliás, o Rosario Central, rival do Newwels, nos agradece por aquele título até hoje.
