São Paulo x River 2005: a Semifinal que Antecipou a Glória
Copa Libertadores da América
Adversário: River Plate
Data do Jogo: 29/06/2005
Local: Estádio Morumbi
Resultado: 2 x 0 - Vitória
Destaques: A classificação foi conquistada com maturidade, talento e grandes atuações de nomes como Rogério Ceni, Danilo, Amoroso e Cicinho. Diante de um rival tradicional, o São Paulo mostrou solidez, personalidade e competência.
No dia 22 de junho de 2005, mais de 70 mil torcedores lotaram o Morumbi para o primeiro embate entre São Paulo e River Plate por uma vaga na grande final da Copa Libertadores. A atmosfera era intensa dentro e fora de campo. Desde as primeiras horas do dia, o clima nos arredores do estádio já era de pura tensão.
Infelizmente, a rivalidade extrapolou os limites do futebol. Antes do apito inicial, houve confrontos entre torcedores do River Plate e a polícia, com registros de pedras e latas arremessadas, cadeiras arrancadas das arquibancadas e diversos feridos, incluindo agentes de segurança. A confusão marcou negativamente o pré-jogo e aumentou ainda mais a carga emocional da semifinal.
Com a bola rolando, o São Paulo manteve a serenidade e fez valer sua superioridade técnica. Controlando bem as ações, o time de Paulo Autuori teve paciência até encontrar os espaços certos. Aos 31 minutos do segundo tempo, Danilo recebeu na entrada da área e finalizou com precisão, abrindo o placar. Pouco depois, Amoroso sofreu pênalti e Rogério Ceni, com frieza e categoria, marcou o segundo, decretando a vitória por 2 a 0 e a vantagem para o jogo da volta.
Uma semana depois, no dia 29 de junho, o Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, foi o cenário da decisão da vaga na final. Com a tradição de dois gigantes sul-americanos em campo, o jogo teve todos os ingredientes de uma semifinal: tensão, gols e emoção do início ao fim.
O Tricolor Paulista entrou em campo com personalidade, mesmo atuando fora de casa, e logo mostrou que não estava ali para se defender. Aos 11 minutos do primeiro tempo, Danilo subiu livre na área e abriu o placar de cabeça, após cobrança de escanteio. O River Plate empatou aos 35, com gol de Farías, aproveitando falha defensiva.
Na segunda etapa, aos 13 minutos, Amoroso recebeu passe açucarado e tocou com classe para fazer 2 a 1. Pouco depois, Mineiro ainda balançou as redes, mas o árbitro anulou o lance, marcando falta no ataque. Aos 34 minutos, Fabão arriscou de fora da área, a bola desviou no zagueiro argentino e matou o goleiro: 3 a 1. No fim, Marcelo Salas ainda descontou para os donos da casa, fechando o placar em 3 a 2 para o São Paulo.
A classificação foi conquistada com maturidade, talento e grandes atuações de nomes como Rogério Ceni, Danilo, Amoroso e Cicinho. Diante de um rival tradicional, o Tricolor mostrou solidez, personalidade e competência. A semifinal, marcada tanto por sua excelência técnica quanto pela tensão extracampo, colocou o Tricolor de volta a uma final continental após 11 anos e consolidou a identidade de um time que estava pronto para escrever seu nome na história da América e do mundo.
Estive nos dois jogos dessa semifinal alucinante e difícil. No Morumbi, Danilo "desenrolou" um jogo que iria para o empate com um golaço de fora da área. Ceni, de pênalti, deu os números finais. Em Buenos Aires, enquanto a gente tomava pedrada, pilharada e até uma câmera de VHS jogada pelos Millonarios torcedores do River, o time fazia bonito em campo e vencia com propriedade os donos da casa.