Na manhã do dia 13 de dezembro de 1992, aconteceu a grande final do Mundial Interclubes de 1992, entre São Paulo e Barcelona, no Estádio Nacional de Tóquio, no Japão. Esta decisão entrou para a história não apenas por colocar frente a frente dois grandes campeões continentais, mas também por ser o jogo que iniciou a trajetória internacional vitoriosa do São Paulo sob o comando de Telê Santana.

O Mundial daquele ano reunia o campeão da Copa Libertadores da América, que era o São Paulo, e o vencedor da Liga dos Campeões da UEFA, o poderoso Barcelona, treinado por Johan Cruyff, que encantava o mundo com seu estilo ofensivo e toque de bola, conhecido como “Dream Team”. O São Paulo, por sua vez, era liderado por Raí, Müller, Cafu e Zetti, além do talento tático de Telê, que pregava o futebol bem jogado, com posse de bola, técnica e disciplina.

A partida foi única, como ditava o regulamento, e aconteceu diante de mais de 60 mil torcedores, em um clima de enorme expectativa. O Barcelona saiu na frente, logo aos 12 minutos, com um belo gol de Hristo Stoichkov, que acertou um chute forte da entrada da área, sem chances para o goleiro Zetti.

O gol não abalou o time brasileiro, que rapidamente se reorganizou. O empate veio ainda no primeiro tempo, com Raí, que completou de primeira, de perna esquerda, uma jogada rápida pelo lado direito, deixando tudo igual no placar.

Na segunda etapa, o São Paulo seguiu mostrando personalidade e equilíbrio, mesmo diante do favoritismo europeu. A virada aconteceu aos 34 minutos do segundo tempo, quando Raí, mais uma vez, brilhou. O capitão são-paulino cobrou uma falta com perfeição, no ângulo, sem chances para o goleiro Zubizarreta, decretando o 2 a 1 que entraria para a história do clube e do futebol sul-americano.

Após o gol, o São Paulo controlou o jogo, mostrando muita maturidade, enquanto o Barcelona tentava pressionar, mas esbarrava em uma defesa sólida e bem postada. O apito final confirmou o primeiro título mundial do São Paulo Futebol Clube, consolidando o trabalho de Telê Santana e elevando o nome do clube ao patamar das maiores equipes do mundo.

Entre os destaques estavam Raí, eleito o melhor jogador da partida, além de Müller, que infernizou a defesa catalã com sua velocidade, e Zetti, que fez defesas cruciais. Pelo lado do Barcelona, nomes como Koeman, Guardiola e Stoichkov mostraram qualidade, mas não conseguiram superar a força do time brasileiro.

Essa decisão de 1992 é até hoje lembrada como uma das maiores atuações de um time brasileiro em finais internacionais, marcando o início da era dourada do São Paulo nos anos 90, que ainda conquistaria o mundo novamente no ano seguinte.